Joker

Música Erudita

“Joker” é uma peça musical para concerto, do tipo “game-piece”, da autoria de Nuno Rebelo. A peça é executada por 9 músicos, nomeadamente 8 instrumentos da mesma família e um instrumento distinto desses (o joker do baralho). As possibilidades são inesgotáveis e ficam em aberto, decidindo-se a formação instrumental especificamente para cada concerto.
A estrutura consiste no sucessivo alternar de dez partes em que todos os músicos tocam (partes designadas por ensemble, e onde a individualidade é sacrificada em nome de ambiências musicais predefinidas) com nove partes de solos, duos ou trios (partes estas designadas por subgrupos - caracterizadas por serem totalmente improvisadas, sem qualquer indicação relativamente à matéria musical).A cada músico é fornecida uma lista que estipula os dez tipos de ambiências musicais das partes de ensemble, indicando aos oito músicos o tipo de abordagema utilizar para cada uma destas partes. Excepção feita ao nono músico – o Joker – que mantém nestas partes a sua total liberdade perante o material musical do conjunto, podendo decidir livremente como intervir em cada contexto numa lógica de improvisador solista. A estrutura será determinada aleatoriamente ao longo do decorrer do concerto com recurso a cartas de jogar. Deste modo, mantém-se viva a espontaneidade dos músicos e potencia-se uma dinâmica de contrastes eficaz. A primeira pilha de cartas refere-se às dez partes de ensemble. A segunda pilha, depois de baralhada, indicará aleatoriamente durante o concerto a constituição dos subgrupos. A terceira pilha de cartas contém as figuras que identificam cada músico, que vestirá uma t-shirt com a imagem da carta que lhe corresponde.
“Joker” foi criado para apresentação no ciclo “Multiplismos”, organizado pela associação Granular na galeria ZDB em 2005.

Parceiro: Coliseu do Porto